A ideia de instituir o uso de armas para os guardas municipais de Maceió (AL) virou motivo de polêmica. Pelo menos cerca de 70% dos guardas tiveram o porte negado após uma avaliação psicológica. A forma como o teste foi aplicado é questionada pela categoria. A prefeitura promete reavaliar os guardas considerados "inaptos".
O teste psicológico foi aplicado em 465 dos 875 guardas municipais da capital alagoana. Desses, apenas 148 foram considerados "aptos" para uso de arma. Os demais foram reprovados. Segundo a psicóloga responsável pelo exame, Silma de Oliveira, o teste foi feito com base nos critérios adotados pela Polícia Federal. "O teste segue um padrão. Foram utilizados fundamentos técnicos e científicos", afirmou.
A psicóloga disse ao UOL Notícias que não iria comentar os resultados, mas afirmou que questionamentos sobre a análise são comuns. "Não é a primeira, nem será a última vez que se questiona uma análise psicológica. Mas eu só faço a análise e interpretação dos dados. O resultado foi repassado à Polícia Federal (PF), que é quem tem o direito de conceder o porte", assegurou.
Oliveira alega que os "inaptos" podem refazer o teste. "É um direito deles serem reavaliados por outro profissional. Foi tudo cumprido conforme determina o Estatuto", informou.A presidente da Associação dos Guardas Municipais, Solange Dias, alega que o teste não foi feito de forma correta, o que gerou insatisfação de boa parte dos servidores. "O pessoal está insatisfeito porque foram quase 500 avaliados por somente uma psicóloga.
Então, a gente achou que o teste não teve muita validade. Como você faz um teste com uma ante-sala com barulho? O teste deveria ser feito por mais pessoas", afirmou. A psicológa contesta as informações. "Foram três psicólogas, mais estagiários. O local de aplicação do teste era perfeito", assegurou.Segundo a presidente da Associação, os guardas cobram da prefeitura a realização de um novo teste, conforme prevê a lei. "Todos passaram com restrição, ou seja, ninguém é maluco.
E essa restrição é para uso de armas e é temporária. Temos que fazer uma nova análise psicológica", disse.Dias afirma ainda que o uso de armas é uma necessidade da tropa. "É uma questão de necessidade. Existem postos em que não temos condições nem de garantir as nossas vidas. Ao invés de coibir, o guarda se torna mais um número da violência. Já aconteceu morte em local de trabalho onde o guarda não tinha condições de atuar", contou.
Secretário acha resultado "estranho"
O Estatuto do Desarmamento prevê que os guardas municipais das cidades com mais de 500 mil habitantes tenham direito ao porte de arma profissional e pessoal. Para isso, é necessário que a guarda tenha ouvidoria e corregedoria instaladas, além da formalização de um convênio com a PF.
Os servidores também devem ser capacitados e passar por avaliações psicológicas. Para o secretário municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Comunitária, Pedro Montenegro, o resultado dos exames "é estranho". "Eu encaminhei um ofício hoje [na terça-feira, dia 3] ao diretor da guarda para que ele me explique quem foi a empresa que fez os testes, que critérios usou, se é credenciada à Polícia Federal. Eu não estava aqui na época. Mas eu quero essas informações para fazer uma análise. Não é normal um índice tão grande de reprovações", alegou.
Sobre o pedido dos guardas, Montenegro confirmou que os testes deverão ser refeitos em breve. "Pelo contrato, a empresa que fez o teste deve repetir a avaliação, e vamos exigir isso", afirmou. Na terça-feira, o secretário se encontrou com o superintendente da PF em Alagoas, Amaro Vieira, onde foi orientado sobre o trâmite para que o município implante o uso de armas pela guarda. "Além de refazer os testes, é preciso também estruturar a ouvidoria - que foi criada, mas precisa ser estruturada.
Precisamos também apresentar um plano à PF para ser aprovado o uso da arma, que será utilizada apenas em algumas ocasiões. Esse é um processo rigoroso, que não tenho pressa. Não abro mão de cumprir todo trâmite legal", afirmou o secretário.
Fonte: Correio do Povo - Alagoas
O teste psicológico foi aplicado em 465 dos 875 guardas municipais da capital alagoana. Desses, apenas 148 foram considerados "aptos" para uso de arma. Os demais foram reprovados. Segundo a psicóloga responsável pelo exame, Silma de Oliveira, o teste foi feito com base nos critérios adotados pela Polícia Federal. "O teste segue um padrão. Foram utilizados fundamentos técnicos e científicos", afirmou.
A psicóloga disse ao UOL Notícias que não iria comentar os resultados, mas afirmou que questionamentos sobre a análise são comuns. "Não é a primeira, nem será a última vez que se questiona uma análise psicológica. Mas eu só faço a análise e interpretação dos dados. O resultado foi repassado à Polícia Federal (PF), que é quem tem o direito de conceder o porte", assegurou.
Oliveira alega que os "inaptos" podem refazer o teste. "É um direito deles serem reavaliados por outro profissional. Foi tudo cumprido conforme determina o Estatuto", informou.A presidente da Associação dos Guardas Municipais, Solange Dias, alega que o teste não foi feito de forma correta, o que gerou insatisfação de boa parte dos servidores. "O pessoal está insatisfeito porque foram quase 500 avaliados por somente uma psicóloga.
Então, a gente achou que o teste não teve muita validade. Como você faz um teste com uma ante-sala com barulho? O teste deveria ser feito por mais pessoas", afirmou. A psicológa contesta as informações. "Foram três psicólogas, mais estagiários. O local de aplicação do teste era perfeito", assegurou.Segundo a presidente da Associação, os guardas cobram da prefeitura a realização de um novo teste, conforme prevê a lei. "Todos passaram com restrição, ou seja, ninguém é maluco.
E essa restrição é para uso de armas e é temporária. Temos que fazer uma nova análise psicológica", disse.Dias afirma ainda que o uso de armas é uma necessidade da tropa. "É uma questão de necessidade. Existem postos em que não temos condições nem de garantir as nossas vidas. Ao invés de coibir, o guarda se torna mais um número da violência. Já aconteceu morte em local de trabalho onde o guarda não tinha condições de atuar", contou.
Secretário acha resultado "estranho"
O Estatuto do Desarmamento prevê que os guardas municipais das cidades com mais de 500 mil habitantes tenham direito ao porte de arma profissional e pessoal. Para isso, é necessário que a guarda tenha ouvidoria e corregedoria instaladas, além da formalização de um convênio com a PF.
Os servidores também devem ser capacitados e passar por avaliações psicológicas. Para o secretário municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Comunitária, Pedro Montenegro, o resultado dos exames "é estranho". "Eu encaminhei um ofício hoje [na terça-feira, dia 3] ao diretor da guarda para que ele me explique quem foi a empresa que fez os testes, que critérios usou, se é credenciada à Polícia Federal. Eu não estava aqui na época. Mas eu quero essas informações para fazer uma análise. Não é normal um índice tão grande de reprovações", alegou.
Sobre o pedido dos guardas, Montenegro confirmou que os testes deverão ser refeitos em breve. "Pelo contrato, a empresa que fez o teste deve repetir a avaliação, e vamos exigir isso", afirmou. Na terça-feira, o secretário se encontrou com o superintendente da PF em Alagoas, Amaro Vieira, onde foi orientado sobre o trâmite para que o município implante o uso de armas pela guarda. "Além de refazer os testes, é preciso também estruturar a ouvidoria - que foi criada, mas precisa ser estruturada.
Precisamos também apresentar um plano à PF para ser aprovado o uso da arma, que será utilizada apenas em algumas ocasiões. Esse é um processo rigoroso, que não tenho pressa. Não abro mão de cumprir todo trâmite legal", afirmou o secretário.
Fonte: Correio do Povo - Alagoas
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