sábado, 14 de novembro de 2009

A Polícia Militar poderá ainda este ano fazer apreensões de produtos vendidos por ambulantes irregulares na região central de São Paulo. Para exercer mais essa função, a PM depende da assinatura de convênio entre a Prefeitura e o governo estadual. Segundo o comandante do 45º Batalhão da PM, coronel Orlando Taveiros, o convênio vai melhorar a segurança na região. “A ideia é que ele seja assinado antes do Natal.” Estado e Prefeitura não confirmam.

Com base na lei municipal 14.977, sancionada em setembro pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), a Prefeitura e a PM podem firmar esse tipo de convênio. “Nesses dias, o policial pode se oferecer para trabalhar com funções administrativas para a Prefeitura e receberia por isso.” Hoje, apenas fiscais e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) podem apreender materiais de ambulantes que não possuem autorização.

Taveiros falou sobre o assunto em reunião na manhã de ontem entre os comandos da PM e da GCM com representantes do Movimento dos Ambulantes. Era uma tentativa de se encontrar uma saída para acabar com os confrontos na região da Rua 25 de Março nesta época do ano.

Mas não houve avanço nas mais de duas horas de conversa. A Guarda afirmou que impedirá a ação de ambulantes ilegais. Já os camelôs responderam que irão continuar trabalhando.

Na segunda-feira, os ambulantes se reúnem com o chefe de gabinete da Subprefeitura da Sé, Mário Roberto de Abreu. Apesar de dizer aos camelôs que pretende se empenhar para resolver a crise, ele afirmou à reportagem que não há planos de aumentar o número de ambulantes regularizados na região. “Quem estiver ilegal, não terá de sair.”

Ontem, enquanto os grupos conversavam, camelôs enfrentavam a GCM pelo segundo dia consecutivo. Voaram pedras, ovos e coco durante apitaço em que eles pediam o direito de trabalhar na região. Cerca de 5 mil ambulantes disputam pelo espaço, mas só 74 têm autorização. Eles prometem mais protestos hoje.

No meio da confusão, clientes tentavam se proteger em lojas - novamente elas foram obrigadas a baixar as portas. A aposentada Edith Torrico, de 74 anos, foi atingida por gás de pimenta. “É insustentável uma situação como essa. Sempre na época das festas é essa bagunça. Isso amedronta quem está aqui apenas para comprar. Vou evitar passar aqui até o Natal. A violência é descabida e machuca inocentes.”

Confusão

O tumulto começou na Rua Afonso Kherlakian, travessa da 25, quando a GCM tentava apreender as bijuterias do ambulante Marlon Perini, de 26 anos. Ele resistiu e não quis entregar. Um GCM usou gás de pimenta e atingiu também outros pedestres. Ambulantes saíram em defesa de Marlon e fizeram um apitaço. Foi assim a tarde inteira.

Para a professora de sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marlise Gomes Medeiros, os conflitos vão continuar. “Não tem saída para esse confronto enquanto a discussão estiver na esfera Polícia Militar, GCM e camelô. A discussão tem de ser com o poder Executivo. Aliás, o prefeito deveria estar aqui agora.”

Marlise veio a São Paulo passar o fim de semana. “Vim para a 25 de Março hoje (ontem) porque gosto daqui. É onde há uma manifestação do povo e o retrato do desemprego”, diz. Segundo ela, a repressão prejudica apenas quem está na linha de frente - GCM, PM e camelôs. “Cria-se uma animosidade entre eles. Mas cada um está exercendo o seu papel.”

Fonte: Jornal da Tarde.

Um comentário:

  1. Em quanto á policia militar se preocupa com os trabalhadores o trafica mata as cianças e isso eles o comamdante não ou sera que ele tem?

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