domingo, 15 de novembro de 2009

No dia mais movimentado da semana, guardas fizeram vistas grossas a ambulantes.

Depois de dois dias de conflito na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, camelôs irregulares, guardas-civis metropolitanos (GCMs) e policiais militares (PM) deram uma trégua ontem. Não houve manifestações e os ambulantes quase não tiveram seus produtos apreendidos.

A GCM manteve o número de 150 guardas no local previsto para a operação de fim de ano, mas adotou uma postura diferente de quinta e sexta-feira. Os camelôs respeitaram a tática do “estou chegando, por favor se retire”. Sempre que um grupo de GCMs se aproximava, eles recolhiam calmamente seus produtos. Minutos depois, esticavam novamente as mercadorias em esteiras ou abriam tabuleiros.

GCMs que circulavam sozinhos eram ignorados pelos ilegais. Na região da 25 de Março, apenas 74 ambulantes têm autorização da Prefeitura para trabalhar. O ponto é disputado por mais de 5.000. “Não vou apreender as coisas de vocês. Só quero que saiam”, dizia um guarda enquanto ambulantes recolhiam seus produtos. Ele circulava com pelo menos outros dez GCMs.

A PM, que estava com efetivo de cerca de 100 policiais cuidou apenas da segurança dos visitantes. A estimativa é que mais de um milhão de pessoas tenham passado ontem pelo local.“Fiquei preocupada, mas resolvi arriscar e mesmo cheio de camelô está tranquilo”, conta a analista fiscal Rosemary de Castro César, de 37 anos. Ela aproveitou o sábado para fazer compras de Natal.

Para a aposentada Ângela Marta Ziole, de 48 anos, o excesso de ambulantes não incomodou. Moradora de Campinas, era a primeira visita dela à 25. “Estou adorando. Os camelôs têm de trabalhar. O que atrapalha é a circulação de veículos por aqui”, afirma Ângela.Para um dos representantes do Movimento dos Ambulantes, Edvaldo Geraldo dos Santos Júnior, de 26 anos, a mudança de postura da GCM foi motivada pelo grande número de consumidores. “Se acontece um confronto, tem correria e muita gente pode se machucar. As lojas têm de fechar.

É prejuízo para todo mundo.”Para evitar confusão, muitos ambulantes deixaram a 25 de Março e ocuparam as ruas próximas. “Recolhemos as coisas por respeito e não por medo dos guardas. O problema é quando eles querem tomar nossas mercadorias à força. Aí tem confusão”, diz o ambulante Diego Maldonado, de 20 anos. Ele abriu mão do ponto na 25 de Março e instalou a banca de roupas na Rua Abdo Schahin. “Estou vendendo bem menos, mas é melhor que perder tudo.”

Amanhã, ambulantes terão reunião na Subprefeitura da Sé para discutir a legalização.

Fonte: Jornal da Tarde

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