quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Guardas afirmam que alimentação foi cortada e que bichos deixaram de atender instituição.


A Guarda Civil Metropolitana (GCM) esvaziou o seu canil. Em 2008, o local, na Vila Guilherme, zona norte da capital, abrigava 25 cães. Hoje, são apenas 8 animais. Formado há 10 anos, o local vem sendo esvaziado aos poucos, nos últimos cinco anos. GCMs afirmam que a alimentação foi cortada e que os bichos deixaram de atender instituição de crianças com deficiência.Até 2004, 42 cachorros das raças pastor alemão, pastor belga e labrador viviam ali. O efetivo de guardas que trabalham diretamente com os bichos ou como adestradores também diminuiu nesse período, passando de 80 para 20 homens atualmente. GCMs ouvidos pela reportagem, mas que pediram anonimato por medo de represálias do comando, dizem que a intenção da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela corporação, com o esvaziamento gradual é fechar de vez o canil.Eles dizem que estão sendo obrigados a levar os animais para casa porque a Prefeitura cortou a alimentação. Dos oito cachorros atuais só vão sobrar quatro. Para alimentá-los, por mês, são gastos 15 sacos com 15 quilos cada de ração. O atendimento médico é feito por técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).A pasta nega. A assessoria de imprensa da secretaria afirmou que alguns cães estavam abrigados indevidamente no local e por esse motivo foram doados ou devolvidos aos proprietários. “O canil continuará funcionando e será focado na sua finalidade que é desenvolver atividades de proteção ao patrimônio, inclusive para justificar o seu custo de manutenção e efetivo a ele dedicado”, explicou a secretaria em nota.A pasta afirma ainda que o canil da GCM possui quatro cães treinados para as funções primordiais da corporação, entre elas a proteção de parques municipais como Ibirapuera, do Carmo e da Independência.Os cães da GCM fazem cerca de 18 demonstrações por mês de adestramento em escolas públicas e em hospitais. Também realizam há quatro a função de cães terapeutas na Associação para Deficientes da Áudio Visão (ADefAV), a primeira instituição do município a atender crianças com deficiência visual e múltipla.Até esse trabalho acabou. Segundo a educadora física da entidade, Silvia Costa Andreossi, os cães eram levados pelos GCMs à sede da ADefAV, no Ipiranga, zona sul, duas ou três vezes por semana. Ali, os animais participavam de circuitos de atividade física, buscando bolinhas lançadas pelas crianças ou passando por bambolês segurados por elas. “Sem a GCM não temos a quem recorrer. Essa atividade é de vital importância para o tratamento e recuperação delas”, afirma Silvia. Segundo ela, ontem os responsáveis pelo canil da GCM garantiram que o serviço será normalizado em outubro. A instituição atende 86 crianças e é mantida por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

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