quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A TRAJETÓRIA DIÁRIA E A SOBREVIVÊNCIA DE UM CIDADÃO REFÉM DA CRIMINALIDADE1



As modalidades criminosas estão tirando o sossego dos cidadãos. Não que isso
seja uma novidade, mas uma análise conjunta dos tipos de delitos mais cometidos
hoje, nos permite simular situações e riscos, em um período de 24h, a que estão
submetidos qualquer um do povo que acorde pela manhã e se arrisque sair de sua
casa.
07h00 - Ao abrir o portão de casa poderá de pronto ser abordado por algum meliante
e junto com seus familiares sofrerem roubo, seqüestro, tortura, estupro e até a morte
(tudo isso sem ainda sair de casa)

07h01 - Como isso não ocorreu, o mesmo continuou sua caminhada, se dirigindo até
o ponto de ônibus mais próximo, percurso esse que o coloca potencialmente como
vítima de um seqüestro relâmpago, roubo, atropelamento por um bandido em fuga
ou motorista embriagado (pois a lei seca não funciona) ou ainda, vítima de uma bala
perdida trocada entre bandidos e policiais.

07h10 - Ainda ileso, consegue embarcar no ônibus, coletivo este que não foi vítima
de nenhum “arrastão” ou se envolveu em acidente de trânsito fatal por imprudência ou
negligência de um condutor apressado.

08h00 - Conseguiu ir ao trabalho, chegou no horário e cumpriu suas tarefas
normalmente.

12h00 - Como sua empresa também não foi roubada na parte da manhã, e não foi
tomado como refém, saiu para almoçar. Como estava sem dinheiro resolveu ir ao
banco efetuar um saque no caixa eletrônico e por sorte não foi vítima de “clonagem”
de seu cartão ou de um experto “saidinha de banco”.

13h00 - Voltou à empresa, onde resolveu pagar suas contas pela internet. Mais uma
vez teve tanta sorte que nenhum racker havia ainda invadido seu computador e se
apropriado de suas senhas e dados pessoais (...) Operação realizada com sucesso!

17h00 - Volta para casa, correndo todos os riscos no sentido inverso de seu trajeto.
Consegue entrar em seu lar e beijar sua esposa e seus filhos. Filhos esses que
também em seu dia na escola, não foram mortos por nenhum franco atirador, não
foram vítimas de bullyng, tiro acidental, briga na porta da escola, forçado a consumir
droga, pedófilos, seqüestradores, estupradores ou outros abusos e violências.

19h00 – Liga no noticiário e vê, que alguns cidadãos, cada um ao seu tempo e lugar,
não tiveram os mesmos livramentos e foram sim vítimas de todos os crimes que
ele pela proteção de Deus se livrara durante o dia de hoje. Mais um dia em uma
sociedade violenta, com leis pouco eficazes e uamá sociedade sem valores morais.
Mais um dia onde sobreviver é algo que poucos conseguem!


PROF JOÃO ALEXANDRE. Coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos/CESDH e
do Fórum Permanente de Segurança Pública/FPSP.Membro da Associação Internacional de Polícia/IPA-SP.
e-mail: professor.joaoalexandre@hotmail.com

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