26/03/14 - Encaminhado por Márcio Alves:
Curitiba deu nesta quarta-feira (12/02) um passo importante para a
implantação de um programa de mobilidade urbana sustentável e para o
cumprimento da meta de reduzir a emissão de gases tóxicos. Em parceria
com a Itaipu Binacional, a Aliança Renault-Nissan e CEIIA (Centro para a
Excelência e Inovação na Indústria do Automóvel) de Portugal,
a Prefeitura lançou o projeto Curitiba Ecoelétrico, que na primeira etapa vai incorporar à frota Os
veículos, cedidos ao município em comodato, farão de Curitiba a cidade
brasileira com a maior frota de veículos elétricos em uso no serviço
público. A utilização pelo Município consistirá num projeto piloto para o
aperfeiçoamento e expansão do sistema.
“Como prefeito
de Curitiba, sou o guardião de uma página bonita da gestão pública. Esta
parceria representa a valorização da questão ambiental e o respeito ao
ser humano, na medida em que a busca de alternativas menos poluentes
proporciona melhor qualidade de vida para a população”, disse o prefeito
Gustavo Fruet.
“Este é um
projeto que reúne inteligência e mobilidade e que reafirma Curitiba uma
cidade inovadora e sustentável”, disse a vice-prefeita e secretária
municipal do Trabalho, Mirian Gonçalves, responsável pela coordenação do
projeto.
De acordo com
Mirian, o Curitiba Eco-elétrico – que também envolve a Urbs, o Ippuc e
outras secretarias – faz parte do Programa de Mobilidade Urbana
Sustentável de Curitiba, que prevê a implantação de modais de transporte
de nova geração, com baixo impacto ambiental. Também representa uma das
primeiras iniciativas da Prefeitura para cumprir as recomendações do
termo de compromisso para a redução das emissões de gases e de riscos
climáticos, assinado pelo prefeito Gustavo Fruet durante o C 40, em
Johanesburgo, África do Sul, na semana passada.
Os micro-ônibus
e os carros (cinco do modelo Zoe, três Kangoo e dois Twizy) serão
cedidos à Prefeitura pela Renault-Nissan e pela Itaipu Binacional, por
meio de contrato de comodato. Os veículos serão destinados à Guarda
Municipal, à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) e ao Instituto
Curitiba de Turismo. Para
o presidente da Renault, Olivier Murguet, o Curitiba Eco-elétrico
confirma a vocação de Curitiba para assumir a vanguarda em temas que
estão na agenda mundial. “Curitiba é referência mundial em mobilidade,
sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Para nós é um orgulho
poder iniciar a
era do veículo com emissão zero de poluentes em Curitiba, uma cidade
que reforça dia a dia a sua preocupação com a redução da emissão de
gases e o respeito ao ser humano”, enfatizou.
Projeto piloto
Jorge Miguel
Samek, diretor-geral da Itaipu Binacional, disse que o projeto do carro
elétrico tem foco no usuário final. A utilização pelo poder público é o
piloto de um projeto os que vai gerar dados em tempo real, para
aperfeiçoamento do sistema. “Itaipu vem fazendo pesquisas para o
desenvolvimento de carros elétricos e gestão da mobilidade, numa grande
preocupação com o futuro do meio ambiente”, afirmou.
Samek disse que
a nova tecnologia é mais limpa, mais eficiente e muito mais econômica
que os veículos convencionais a combustão. “O carro elétrico representa o
futuro da mobilidade e o Brasil tem uma vantagem adicional em relação
aos outros países: a matriz energética baseada na hidreletricidade”,
disse. “Em outros países, para recarregar a bateria do veículo elétrico,
a energia que sai da tomada muitas vezes foi produzida a partir de
fontes sujas, baseadas em combustíveis fósseis. Já no Brasil, temos uma
matriz energética limpa e renovável.”
O projeto
O Curitiba
Eco-elétrico será desenvolvido em quatro fases, de 2014 a 2020. A
primeira fase está sendo implantada com foco nos serviços da prefeitura,
aproveitando em especial a oportunidade dos jogos da Copa do Mundo FIFA
2014.
A Guarda
Municipal utilizará os carros para ronda e patrulhamento nos parques da
cidade, no zoológico e ainda como módulo móvel que circulará pelas
praças. “Estamos avaliando a possibilidade de utilizar um dos carros no
Parque do Passaúna, pela sua grande extensão territorial e ausência de
vias públicas, o que facilitaria o trabalho dos agentes”, disse o
inspetor Frederico Carvalho, diretor da Guarda Municipal.
A Setran deve
utilizar os veículios em seu programa de educação para o trânsito e
também como suporte às atividades de seus agentes. Por fim, o Instituto
Curitiba de Turismo irá destinar os veículos para um Centro de
Informações Turísticas Móvel que transitará em locais estratégicos de
grande aglomeração de turistas, como Arena da Baixada, imediações das
Fan Fest e pólo hoteleiro. Outro objetivo é dar suporte às atividades
recreativas e culturais.
Outras fases
Na primeira
fase, serão implantados de dez a 12 eletropostos (totens) de
abastecimento em quatro locais considerados estratégicos para os órgãos
da Prefeitura envolvidos: Rodoferroviária, Secretaria Municipal de
Abastecimento, Parque Barigui e Parque Tanguá.
Estão
definidos dois sistemas de abastecimento com cargas de 30 minutos a
oito horas. A autonomia varia de acordo com o modelo do veículo. Com a
bateria totalmente carregada, o Renault Zoe tem autonomia de 210 Km; o
Renault Kangoo Z.E. 125 Km e o Renault Twizy 100 Km. Já os micro-ônibus
possuem uma autonomia prevista de 100 Km, quando totalmente abastecidos.
O eletroposto consiste em uma estrutura com um cabo que é conectado ao veículo para recarga.
Para a segunda
fase do projeto (2015-2017), estão previstos totens de abastecimento
multifuncionais que devem agregar em um único equipamento serviços de
recarga, cartão transporte, recarga dos veículos, parquímetro (estar),
câmera de monitoramento, botão de emergência, informações turísticas,
bicicletas compartilhadas, wi-fi institucional.
Também há a
previsão de estudos para implantar soluções de compartilhamento
(sharing) de carros e bicicletas, inicialmente voltadas para o mercado
corporativo e a serviços de interesse público. As próximas etapas (2018 –
2020) estabelecem estudos de integração aos diversos serviços de
transporte público.
Em todo o País,
segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), são
aproximadamente 1000 veículos. Nas prefeituras, o seu uso é ainda
escasso, o que coloca Curitiba à frente no projeto de mobilidade
sustentável direcionado ao atendimento das demandas internas de sua
administração. Conforme dados municipais, a prefeitura de Campinas
possui seis carros elétricos à sua disposição; Sorocaba um híbrido
(elétrico-combustível); Búzios também apenas um.
O Brasil ainda
apresenta uma frota ainda pouco significativa de veículos elétricos
quando comparado a outros países como Estados Unidos e China. Em todo o
mundo, circulam mais de sete milhões de veículos elétricos, conforme a
ABVE.
Parceiros
No Brasil, a
Itaipu Binacional é considerada a principal referência na área de
mobilidade elétrica. Desde 2006, a empresa desenvolve, em parceria com a
companhia suíça KWO, o Programa Veículo Elétrico (VE), que tem o
objetivo de promover estudos e viabilizar a aplicação da nova
tecnologia. Apesar do pouco tempo, os resultados são expressivos. Em
sete anos, já saíram do centro de pesquisa de Itaipu mais de 80
protótipos, entre carros de passeio, caminhão, miniônibus e um
utilitário 4x4, todos com motor 100% elétrico. A usina também faz
estudos para desenvolver uma nova bateria de sódio, totalmente
reciclável, adaptada ao clima e às condições do País. Outras linhas de
pesquisa são o primeiro Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) com motor
elétrico e o primeiro avião elétrico do País.
A Aliança
Renault-Nissan lidera o segmento de veículos zero emissão e investe 4
bilhões de euros no desenvolvimento dessa tecnologia. Desde o início da
comercialização foram mais de 100 mil veículos elétricos vendidos pela
Aliança no mundo. A Renault, a qual o desenvolvimento em eficiência
energética está no DNA da marca, oferece a gama Z.E. (Zero Emissão)
composta por 3 modelos: Renault Zoe, Renault Twizy e Renault Kangoo
Z.E.Os veículos zero emissão estão cada vez mais presentes no dia a dia
das grandes cidades e serão tendência no futuro. “Acreditamos que o
futuro da mobilidade passa, necessariamente, por veículos zero emissão",
afirmou Olivier Murguet, presidente da Renault do Brasil.
O CEIIA é um
centro de inovação e engenharia que pesquisa, desenvolve, testa e apoia a
industrialização de soluções de mobilidade inteligente. “Esta
iniciativa é inédita, pois é a primeira vez que se combina a mobilidade
física com a mobilidade de informação assente em suportes energéticos de
base sustentável, permitindo, assim pela integração de todos serviços
de mobilidade de uma cidade, olhar a mobilidade como uma utility”,
afirma o presidente executivo do CEIIA José Rui Felizardo.
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